sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Do nascimento à Amamentação!

Hoje acaba a Semana Mundial do Aleitamento Materno e não consegui falar tudo o que gostaria, meu baby ficou doentinho no domingo e ainda está se recuperando. Como todos sabem nessa fase os pequenos só querem saber da mamãe, e eu não tive tempo nem cabeça para pensar em nada a não ser no meu filhote.

Mas não podia deixar de vir relatar minha última experiência com a amamentação (liguei as trompas, três já está de bom tamanho! rs), afinal ao lerem meu depoimento vocês verão que com muita força de vontade, apoio, estrutura psicológica e orientação correta é possível vencer barreiras e obter sucesso na Amamentação.

Minha gravidez não foi nada fácil, até diagnosticar minhas dores como PUBALGIA sofri bastante a gestação praticamente toda, tomando diversos remédios que não resolviam em nada o meu problema. No final da gravidez precisei ficar de repouso, pois não suportava mais o peso da minha barriga, em uma das últimas consultas de rotina o médico que fez o meu parto (que não foi o que acompanhou a minha gravidez, somente as últimas consultas, meu plano não cobria o parto e tive que pagar a cirurgia) constatou que estava na hora de fazer a cesariana (minha opção tinha que ser essa pois eu já tinha duas cesárias anteriores).

Então tudo marcadinho, vim para casa afim de aprontar tudo para a chegada do meu príncipe. No dia combinado lá estava eu com as malas feitas na maternidade só esperando a hora exata. Davi nasceu as 20:50h da noite do dia 10 de Outubro de 2013, agora umas mais especiais da minha vida. Assim que o pediatra trouxe ele para eu ver notei umas manchinhas em seu corpinho todo. Desde então a preocupação já havia tomado conta de mim. Fui para meu quarto na espera, assim como todas as outras mães, de receber meu filhote e logo então coloca-lo em meu seio.


Davi ao nascer.
Espera em vão, só de lembrar me vem lágrimas nos olhos. e lá vem o pediatra explicar que ele deveria ficar a noite na incubadora pois havia nascido com a respiração fraquinha, pois o pulmão estava imaturo, poie é, por erro médico meu baby nasceu com 36 semanas, e com uma infecção que precisavam começar o tratamento com antibióticos (neste momento via a história se repetir, minha segunda filha tb precisou tratar infecção e por conta disso fiquei dez dias com ela internada quando nasceu), até ai tudo bem.

No dia seguinte nada de meu filhote poder vir ficar comigo, estava cada vez mais cansadinho e fazendo uso de um capacete que jogava oxigênio para ajuda-lo a respirar. E minha vontade de pegar, amamentar, cuidar só aumentava, mas eu não tinha suporte algum para conseguir ao menos retirar o colostro para oferece-lo, segundo o pediatra não era necessário (que vontade de voar no pescoço dele quando fez pouco caso do colostro, logo o mais importante para ser recebido após o nascimento, mas o que importava naquele momento era a melhora do meu pequeno).

Na incubadora com o capacete sendo alimentado pela sonda na maternidade.

E assim perdurou por dois dias até que o pediatra resolveu transferi-lo para uma UTI- Neonatal (lá no hospital não tinha, por isso atento as mães que procurem hospitais que tenham, afinal é melhor estarmos prevenidas). Eu não sei até hoje como consegui me conter em pé diante de tanto sofrimento, de só poder tocar no meu filhote pelas entradas da incubadora, de não poder segurá-lo no colo, poder alimenta-lo, minha vontade de fazer tudo isso só aumentada cada vez mais diante dessa situação.

Foi ai, que o hospital conseguiu entrar em contato com uma das UTI-Neonatais mais importantes do Rio de Janeiro, que tem uma unidade de amparo em São João de Meriti, a Perinatal Laranjeiras, que fica dentro do hospital Therezinha de Jesus, e que tem convênio com o SUS, assim conseguimos fazer a internação e tratamento gratuitos do meu filhote.

Neste momento meu filho renasceu para mim, no instante que cheguei a UTI já dava para perceber a diferença do tratamento e respeito pelo meu filho. Mas minha vontade de amamentar ainda não estava perto de ser realizada.

Lá na UTI também ofereciam leite artificial para todos os bebês, até podíamos tirar o leite e oferecer, mas tinha que ser ordenhado no local e na hora, e sem o apoio que eu esperava dos profissionais de lá a respeito da amamentação, mais meu nervosismo, ansiedade, angústia, medo, vontade de aproveitar cada segundo com meu baby, não me ajudavam a relaxar para fazer a ordenha. E como ele ainda não podia vir para os meus braços, nem muito menos para meus seios, me contentava em ficar acariciando e conversando com ele o tempo todo, afim de faze-lo sentir que estávamos ali, eu e meu marido.


eu e meu lindo na UTI usando CIPAP
A principio ele era alimentado pela sonda, e estava usando o CIPAP para ajudar na respiração, com nove dias de vida pude pegar meu lindo no colo pela primeira vez! Me senti a mulher mais feliz do mundo naquele momento, quase realizada, faltava pouco, ai começou a ser estimulado com a chuquinha para ver se não cansava para poder ir para o peito.


 Enfim, aos onze dias de nascido Davi começou a sugar o meu seio, foi o momento mais delicioso que eu vivi na minha vida depois de dez anos passados. Me senti completamente mãe daquele serzinho tão especial, para mim era uma questão de honra poder alimenta-lo, afinal eu tinha ali o melhor alimento para oferecer doidinho para ser sugado! rs ... Minha felicidade para ficar completa bastava agora a alta médica.
 
Passados três dias, nos quais eu sempre ia na parte da tarde para a UTI, afim de amamentar meu bebezão, queria eu ficar o dia inteiro, mas meu corpo não aguentava suportar a dor de coluna que eu sentia por não estar fazendo o resguardo corretamente. Mas cada minuto lá com ele era mágico. Meus seios a essa altura do campeonato gritavam de tão inchados. Minha vida era massageá-los para tirar leite, compressas de água morna para não empedrar, compressas fria para não estimular, aff...era um sufoco, não via a hora de poder amamentar em livre demanda.

Enfim com quatorze dias Davi recebeu alta médica e trouxemos nosso filhote para casa, com receita de leite artificial nas mãos, caso necessário. Passamos na farmácia e compramos o bendito NAN para alguma emergência, afinal era o leite que ele estava acostumado a tomar mais de 50% do dia; mas eu estava determinada a mudar isso.

Assim que ele chegou em casa já ofereci o seio, graças a Deus ele aceitou super bem e não precisei complementar com nada, cada vez que eu olhava para aquela lata de complemento eu me sentia mais forte e decidida a amamentar.

Com um tempo apareceram fissuras no meu seio direito, doíam de ir na lua e voltar, mas msm assim insisti com a amamentação, oferecia o seio esquerdo, retirava o excesso do direito e tratava com uma pomada a base de lanolina e o próprio leite materno. E assim ia alternando as mamadas dele, de modo que não forçasse muito o seio afetado.

Contudo venho dizer que valeu a pena todo meu esforço e "sofrimento" para alcançar o sucesso na amamentação. Eu mesma me recuperei muito rápido da cirurgia, apesar de todas as dificuldades, e até hoje dificilmente o Davi apresenta alguma doença. Só ficou mal mesmo quando tomou a vacina da gripe, o vírus reagiu, e quando a garganta infeccionou. Fora isso é saúde total, sem contar que mesmo ficando mal ele se recuperou nas duas situações bem mais rápido que o normal.

O leite materno é o alimento ideal para nossos filhos, não deixem de se esforçar ao máximo para conseguir amamentar! Caso não tenha como mesmo, se já tentou de todas as formas, o ideal é oferecer o leite artificial, pois é fabricado para atender as necessidades do bebê caso falte o leite materno. Nada de engrossantes, como farinha láctea, mucilon, maisena, cremogema devem ser consumidos por bebês antes de um ano pois contem açúcar. Procure se informar para que seu filho tenha uma "saúde de ferro".



Davi, aos 9 meses e 25 dias mamando feliz da vida! rs
Até hoje Davi mama leite materno em livre demanda, ou seja, a hora que quiser, como quiser, do jeito que quiser! Se deixar fica até de cabeça para baixo o levadinho rs. Almoça, come papinha de frutas ou fruta in natura e janta. Está crescendo forte e saudável; só tenho a agradecer a Deus, as profissionais da UTI que cuidaram do meu baby com dedicação e carinho, as minhas filhotas e irmã, a todos os meus amigos e familiares que me deram apoio e ao meu maridão que mesmo passando mal por dentro soube se controlar e me dar o maior suporte para superar tudo isso que passamos juntos.

Obrigada a todos de coração!

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